quarta-feira, 29 de julho de 2009

Poesias no Voz do Sertão


Roberta Clarissa(em frente ao microfone) e ouvintes do programa


Poeta Luis Gondim


Jeguedé e Santinha Maurício


No Voz do Sertão de hoje(29/07) vários ouvintes vieram ouvir e assistir o programa no estúdio da Rádio Universitária(Recife.PE). O poeta Jeguedé, que não é cantador profissional, mas que tem belos trabalhos escritos enfrentou pela primeira vez um duelo com a repentista Santinha Maurício. Ela que tem 40 anos de carreira cantou sextilhas, motes e alguns pedidos dos ouvintes.
O poeta Luis Gondim, natural de Sertânia, compareceu ao encontro e participou do programa recitando seu mais recente trabalho entitulado "Família Voz do Sertão", tema que foi sugerido pelo ouvinte Edvaldo Guerra, da Torre. Ao final do programa comemos fatias do "Bolo da Fortuna" trazido pela ouvinte Zeneide, a danadinha do frevo, uma festa só.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cantoria no Bar do Paulo



Serviço: Cantoria com Ivanildo Vila Nova e Raimundo Caetano
Onde: Bar do Paulo, rua Visconde de Parnaíba, nº 22(ao Lado da Chesf) em San Martin - Recife.PE
Quando: Sábado, 25 de Julho de 2009, às 21h

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cantoria no Bar do Paulo foi adiada

A cantoria que iria acontecer amanhã(16 de julho) no Bar do Paulo foi adiada e será realizada no final do mês. Ainda sem data certa aguardamos a confirmação dos poetas para informar a você.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Zé Limeira, poeta do absurdo






O livro "Zé Limeira, poeta do absurdo" de Orlando Tejo foi publicado em 1970. Tejo descreve a irreverência de um cantador de viola que conseguia fazer uma estrofe ao avesso. Se Zé Limeira existiu como o livro descreve é outra história. O bom é o divertimento que as estrofes ditas da autoria de Zé Limeira proporcionam. Ele era inventivo. Criou palavras, seguia todas as regras de rima e metrificação e fugia(bem longe) do assunto. Pinto do Monteiro disse certa vez:

"Nesses dias vou fazer
Como o nosso Zé Limeira
Comprar uns óculos escuros
Desses de tolda de feira,
Botar o bicho na cara,
Sair cantando besteira."

Com o saudoso José Vicente da Paraíba recebeu esse belo mote:


"São frios, são glaciais
os ventos da solidão."

Zé Vicente obedecendo o assunto disse:


"Quando se sente saudade
Duma pessoa querida,
Dá-se um vazio na vida
E doi esta soledade...
Ninguém suporta a metade
Da dor do meu coração,
Lembrando o aceno de mão
Do amor que não voltou mais...
São frios, são glaciais,
os ventos da solidão"

Já Zé Limeira com seu surrealismo improvisou:

"Conheço a curva do vento
No calô da maresia
Quando amanheceu o dia
Fui acordá o jumento
O mocotó de São Bento,
Espora, freio e gibão...
Por trás do Monte Simão
Residia Ferrabraz...
São frios, são glaciais,
Os ventos da solidão"

Mergulhando no mundo limeiriano, fiz um convite aos poetas Jeguedé e Luis Gondim para fazerem versos inspirados em Zé Limeira. Semana que vem eles irão recitá-los no programa Voz do Sertão e irei colocar aqui para você conferir.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sebastião da Silva e Valdir Teles


(Sebastião da Silva, Roberta Clarissa e Valdir Teles)


Quando você começa a entrar no universo da cantoria de viola, o caminho mais certo de chegar é a paixão pela arte dos repentistas. E fazer de improviso é fabuloso. A arte da cantoria é ainda mais impressionante porque consegue, de improviso, se encaixar em tantas regras para construção do verso.
Levar o som da viola nordestina pelas ondas do rádio é uma maneira também de criar uma memória fonográfica que antes, no passado, era impossível de se construir, e que apesar da gravação ser o avesso da arte feita na hora, porque é gravada, abre a oportunidade de se ter sucessos dentro da produção poética da cantoria. Tantos versos se perderam pelo ar, feitos de improviso ao rebento da inspiração, agora os cantadores têm facilidades de gravar, alguns prezando pela qualidade e outros nem tanto. Os trabalhos gravados pelos cantadores se tornam sucesso no programa Voz do Sertão, e são exigidos pelos ouvintes que participam através de telefonemas. Alguns sem saber qual o tema ou o mote, cantam algumas estrofes ao telefone e querem ouvir inúmeras vezes durante a programação.
O tema "Casa Velha" em sextilhas é um exemplo(em algumas gravações era intitulada " Lembranças da minha Terra"). Feita pela dupla Sebastião da Silva e Valdir Teles é uma das faixas mais pedidas pelos ouvintes. Fala sobre a dor e a saudade de se retornar ao lugar onde cresceu e que tudo ali está diferente. É um tema recorrente porque fala de saudade e este sentimento está sempre presente. O poeta potiguar Zé Cardoso disse com o mesmo tema:
*
"Fui visitar o sertão
que nasci e me criei
achei tudo diferente
por três minutos pensei
ao invés de cantar alegre
senti saudade e chorei."
*
Há ouvintes que ligam emocionados porque se transportam para as imagens que os cantadores desenham, ou porque a voz do cantador é também a voz de quem está no pé do rádio cheio de lembranças no peito. É por isso e muito mais que a cantoria nunca vai virar moda, porque moda passa. Você pode escutar as sextilhas, é só acessar a janela no lado direito da tela.